Padre Gama, 50 anos ao serviço da Igreja e da Sociedade
No próximo sábado, 28 de Novembro, o Padre António Carlos Dias Gama vai ser homenageado nos 50 anos de vida sacerdotal, pela Santa Casa da Misericórdia do Fundão. O programa da homenagem começa às 11.30 horas, com a Eucaristia na Igreja paroquial da Capinha, concelho do Fundão, presidida pelo Bispo da Guarda, D. Manuel Felício, a que se seguirá um almoço convívio, no Centro de Dia da mesma localidade.
O padre António Carlos Dias Gama nasceu em Janeiro de Cima, concelho do Fundão, a 8 de Dezembro de 1935. Desde o primeiro mês de vida, até à ordenação sacerdotal, que teve lugar em 26 de Julho de 1959, na Igreja de Aldeia do Bispo, residiu em Aldeia de João Pires, “terra que me adoptou com muito carinho e eu adoptei também”. Aí, na Igreja Paroquial, celebrou, em 30 de Junho de 1959, a primeira missa.
Em 1959 foi nomeado pároco das freguesias de Juncais, Vila Franca da Serra e Vila Soeiro do Chão, nos arciprestados de Gouveia e Celorico da Beira, onde permaneceu três anos. Em Outubro de 1962 foi nomeado pároco de Capinha cargo que exerce actualmente, e acumula, desde Abril de 1998, com a paroquialidade de Escarigo e Quintãs.
Como pároco “desde o inicio, consciente do quanto importante era o acesso à cultura e saúde, me empenhei em que pudessem ter acesso ao estudo os jovens aqui residentes” explica o padre António Gama. E acrescenta: “Em 1964 onze jovens (que nunca teriam outra oportunidade) começaram os seus estudos no colégio de Belmonte, apoiados com bolsas de estudo e outros continuaram, abrindo-lhes um caminho a uma nova vida, iniciando com eles o meu percurso de ensino, primeiro em Belmonte depois na Escola Secundária do Fundão, Escola Profissional do Fundão de que sou um dos Fundadores e Seminário do Fundão”. Sempre com o desejo de aprender mais, concluiu o 2º ano do Curso de História na Universidade de Coimbra, estudos que interrompeu pela necessidade de complementar habilitações académicas na Faculdade de Letras, em Lisboa.
Fundou e fez durante onze anos o Jornal “Notícias da Capinha” elo de ligação com a numerosa comunidade de emigrantes e lançou os alicerces para uma actividade que captasse as poupanças dos mesmos emigrantes. No mesmo sentido foi capelão da comunidade de emigrantes portugueses em Cape Town, África do Sul, durante vários meses.
Restaurou todas as capelas do perímetro da paróquia e levou a cabo, por três vezes, intervenções de fundo na igreja paroquial a última já este ano. Ajudou a fundar um posto médico em 1974, de características e serviços únicos no país.
Na direcção do Movimento de Solidariedade Rural, fez ressuscitar em 1988, em Janeiro de Cima a cultura, fiação e confecção do linho, continuada hoje com sucesso, o que o levou a participar em acções semelhantes, particularlmente, na Sibéria Extremenha, Espanha e em Omagh na Irlanda do Norte.
Colaborou, pontualmente, em Semanários (Jornal do Fundão e Noticias da Covilhã) e com mais assiduidade no Jornal dos emigrantes portugueses na África do Sul, “O Século de Joanesburgo”. Mas foi e é no apoio à terceira idade que tem gasto grande parte das energias, quer ao longo dos últimos dezassete anos na orientação do Centro de Dia da Capinha, que curiosamente nasceu num almoço na Casa Paroquial, quer em todo o processo de candidatura, construção, equipamento e abertura do Lar de S.Sebastião da Capinha, que acaba de ter lugar.